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16 de Novembro de 2023

Mudanças Climáticas e Defesa Nacional

— Polianna Almeida

A intercorrência cada vez mais frequente de catástrofes ambientais, que caracteriza a nova realidade imposta pela crise climática, evidencia duas ordens de atuação inerentes a qualquer planejamento governamental na atualidade. A primeira diz respeito à necessidade de adaptação, na qual imperam estratégias para lidar com as consequências inevitáveis das mudanças climáticas, visando minimizar os danos, proteger comunidades vulneráveis e promover a resiliência diante dos impactos dessas catástrofes. A segunda ordem de atuação refere-se à mitigação, com ações que são capazes de reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, implementadas em diversas áreas, incluindo energia, transporte, indústria, agricultura, uso da terra, entre outras.

Diante da problemática que se apresenta, a ideia de que tais ações devem ser exclusivas às estruturas do Estado relacionadas às áreas ambientais corrobora para a restrição da atuação governamental. Isso limita a ação efetiva de transformação das estruturas nacionais necessárias para lidar com a complexidade do contexto de emergência climática que se apresenta a todas as nações do globo.

Nessa perspectiva, o Centro Soberania e Clima, em parceria com a Escola Superior de Defesa e a Universidade de Loughborough, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade e da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, tem o intuito de trazer à tona uma discussão sobre o papel da defesa nacional diante da necessidade de abordar essas questões, ressaltando a urgência de uma transição energética no âmbito das forças armadas, além da proteção da sociedade civil diante das catástrofes climáticas.

Assim, a dialética proposta no primeiro encontro do Ciclo de Webinars sobre Clima, Sustentabilidade e Defesa, sob o título de “Mudanças Climáticas e Defesa Nacional”, não tem o intuito de trazer respostas definitivas sobre um problema complexo e multifacetado. Ao invés disso, pode ser compreendido como um primeiro passo, com o propósito de oferecer um panorama abrangente e diferentes perspectivas, destacando uma visão geral que sirva como ponto de partida para a compreensão dos desafios e oportunidades para a área de defesa nacional no Brasil, observando como outros países, em particular o Reino Unido, enfrentam os desafios decorrentes da emergência climática e as lições aprendidas nesse processo.

O presente relatório se estrutura em três partes, visando oferecer uma compreensão abrangente das discussões realizadas. A primeira parte consiste na apresentação de um quadro das principais ideias discutidas durante o evento, delineando os temas-chave que permearam as conversações. A segunda parte se dedica a detalhar as discussões da primeira rodada, destacando os problemas identificados e explorando possíveis caminhos para solucionar essas questões. A terceira parte concentra- se nas discussões da segunda rodada, retomando algumas das ideias principais previamente debatidas e abordando de maneira específica as questões pontuadas pelo público presente. Por fim, a conclusão oferece um resumo das discussões, proporcionando uma visão integrada dos temas abordados ao longo do evento, consolidando as principais conclusões alcançadas.

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