Episódio 5 “Mineração e Preservação Ambiental”
Sinopse: A mineração desempenha um papel fundamental para a economia brasileira, sendo responsável por cerca de 5% do nosso PIB, 20% do valor das exportações e pela geração de mais de dois milhões de empregos em todo o país. O Brasil é um dos principais produtores mundiais de minério de ferro, bauxita, manganês, nióbio, alumínio e ouro. A diversidade mineral brasileira é notável, com reservas importantes de minérios estratégicos não só para a garantia de nossa segurança energética, mas também para o suprimento de matérias-primas para setores-chave da economia mundial, como a metalurgia, a siderurgia e a indústria de transformação em geral.
A mineração é, portanto, uma atividade essencial para a extração de recursos naturais fundamentais para o desenvolvimento econômico do país e para a produção de diversos bens no Brasil e no mundo. No entanto, essa atividade também tem impacto significativo no meio ambiente, levantando questões sobre a sustentabilidade da exploração mineral. Um dos principais desafios, por exemplo, é a degradação ambiental que ocorre nas regiões mineradoras. Organismos internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), têm alertado para os impactos ambientais da mineração, incluindo o desmatamento, a degradação do solo, a contaminação da água e a perda da biodiversidade. Esses impactos negativos podem afetar a qualidade de vida e a saúde das comunidades locais, e desequilibrar ecossistemas terrestres e aquáticos sensíveis. Para enfrentar esses desafios, é essencial adotar práticas sustentáveis de mineração, que levem em consideração a proteção dos ecossistemas, a reabilitação das áreas degradadas e a gestão adequada dos resíduos gerados.
No contexto brasileiro, algumas instituições têm se dedicado a promover a mineração sustentável e a preservação ambiental. As empresas tem desenvolvido diretrizes e programas orientados pela agenda ESG para a adoção de boas práticas ambientais, visando reduzir impactos socioeconômicos negativos e promover a recuperação ambiental. Além disso, no âmbito governamental, o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima e o Ministério de Minas e Energia têm trabalhado na implementação de políticas e instrumentos de gestão ambiental, fiscalização, concessão, cumprimento das legislações e exploração dos recursos minerais, visando justamente compatibilizar a atividade mineradora com a proteção dos recursos naturais e da biodiversidade.
A busca por uma mineração responsável e sustentável, aliada à preservação ambiental, contribui para fortalecer a soberania brasileira. Ao adotar práticas que minimizem os impactos ambientais e sociais da mineração, o país demonstra compromisso com a proteção dos seus recursos naturais e com a promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, ao preservar os ecossistemas e a biodiversidade, o Brasil reforça sua posição como um ator global necessário e relevante na agenda ambiental. Neste episódio discutiremos, portanto, de que forma é possível encontrar soluções sustentáveis que permitam o suprimento dos recursos minerais essenciais para o desenvolvimento econômico do país, ao mesmo tempo em que se promove a conservação dos ecossistemas naturais e a melhoria da qualidade de vida das comunidades afetadas pela atividade mineradora.
Participantes:
Engenheira Química graduada pela Universidade Federal de Sergipe (1994), com doutorado em Engenharia Química, na área de Sistemas Particulados, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PEQ/COPPE/UFRJ) em 2000. É Tecnologista Sênior do CETEM – Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e faz parte do quadro de servidores desde 2002. Publicou cerca de 30 artigos em periódicos especializados, mais de 30 capítulos de livros e 90 trabalhos em congressos. Atua em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de processamento mineral. Em 2018, participou como palestrante em mesa redonda sobre desafios do uso da água na mineração, no Fórum Mundial da Água e, a convite da Agência Internacional de Energia Atômica/Organização das Nações Unidas participou como membro de grupo de trabalho técnico (11 pesquisadores de diferentes países) para discussão e elaboração de documento sobre ferramentas para o monitoramento da qualidade e usos da água nas atividades de mineração (Viena, Áustria). É membro do Conselho Técnico Científico do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI). Ocupa o cargo de Diretora do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM/MCTI) desde setembro de 2020.
Diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do IBRAM. O Júlio é engenheiro de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais e tem mais de 40 anos de experiência nas áreas de Meio Ambiente, Planejamento e Operações em diversas mineradoras. E, atualmente, preside a Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR).