2ª temporada

Podcast Conexões para Convergir

Episódio 1 “Educação Climática e Desenvolvimento Nacional”

A Constituição Federal se apoia nos fundamentos da soberania, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e do pluralismo político em prol da consecução dos seguintes objetivos nacionais: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 

O desenvolvimento nacional depende, portanto, do reconhecimento da relação simbiótica entre as questões socioambientais, a garantia da segurança humana, a superação das desigualdades, e a necessidade da participação cidadã na construção diária da soberania do país. 

Como disse Marina Silva, a atual Ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima: “a política ambiental brasileira não será uma política setorial. Será uma política transversal, (…) presente nas políticas de energia, nas políticas de transporte, de mobilidade, na agricultura, na indústria, em todos os setores”.

Uma das ferramentas para a garantia do tratamento transversal da questão ambiental nos espaços decisórios é a educação climática. A educação climática vai além da compreensão das transformações nos processos físicos, químicos e biológicos do Planeta: ela permite compreender as dimensões sociopolíticas da emergência climática e, a partir dessa tomada de consciência, orientar ações (individuais e coletivas) em prol da sustentabilidade e da mitigação dos efeitos negativos do Antropoceno no equilíbrio do Sistema Terra. 

O artigo 6o da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (1992) e o Artigo 12 do Acordo de Paris (2015) reforçam a necessidade de engajamento dos países signatários na chamada Ação para o Empoderamento Climático (ACE). O objetivo da ACE é capacitar todos os membros da sociedade quanto à ação climática, por meio de seis elementos: educação sobre mudanças climáticas e conscientização pública, treinamento, participação pública, acesso público à informação e cooperação internacional nessas questões. O poder da educação climática está, portanto, na possibilidade de tornar ações individuais e coletivas, nos seus mais diversos níveis, mais participativas e sustentáveis.

No Brasil, o público-alvo principal da educação climática tem sido a juventude, principalmente no ciclo de Educação Básica, o que incentiva o papel central das juventudes no ativismo socioambiental, com a preocupação fundamental de garantia de vida às gerações futuras. Entretanto, há potencial para a educação climática não se limitar à educação básica e à juventude. Seguindo as orientações da política climática das Nações Unidas, o tom de transversalidade proposto pela Ministra Marina Silva, e conforme reforçado pela Tainá de Paula no episódio 6 da 1a temporada do Conexões para Convergir, o letramento climático deve ser difundido e é dever de todos, independente da faixa etária e da área de atuação. Neste episódio, vamos debater a educação climática para além da escola: no que se pode ganhar com o letramento climático de outros grupos sociais, especialmente dentro do poder público?

Participantes:

PhD em Política e Estudos Internacionais pela University of Birmingham (Reino Unido) e, atualmente, é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Coordenador do Laboratório de Análise Política Mundial (LABMUNDO) e pesquisador associado do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas (OIMC). Também tem Mestrado em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Bacharel em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Relações Públicas especialista em Gestão Empresarial, gerencia projetos em sustentabilidade, educação para o desenvolvimento sustentável e eventos sustentáveis. Trabalhou no setor privado, em universidades e em fundações engajando stakeholders e desenvolvendo projetos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, principalmente em educação. Julia tem experiência em gerenciamento de projetos sustentáveis, planejamento e curadoria de eventos sustentáveis, desenvolvimento de habilidades socioemocionais em educação e comunicação para engajamento de stakeholders.

2ª TEMPORADA