Episódio 1 “Eventos Climáticos Extremos e Desafios à Soberania”
SINOPSE: Uma das consequências mais perceptíveis em relação à mudança no padrão do clima a nível mundial é a ocorrência de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, tais como períodos prolongados de estiagem e seca, fortes chuvas e ondas de frio e de calor. Esses fenômenos produzem vários impactos, interrompendo o funcionamento normal de comunidades, além de gerar perdas materiais e econômicas, danos ao meio ambiente, à saúde e ao bem-estar das populações, não sendo incomum o impacto sobre a vida das pessoas.
No caso do Brasil, cuja economia é agroexportadora, secas e inundações podem comprometer a produção agrícola, afetando a economia e a disponibilidade de alimentos e, nesse sentido, também a soberania alimentar. Ademais, o deslocamento de populações causado pelas mudanças climáticas tem gerado migrações forçadas internas e internacionais, criando os chamados “refugiados climáticos”, além de desafios relacionados aos direitos humanos e à soberania nacional.
A nível global, 80% das cidades estão situadas em regiões costeiras ou próximas a rios, o que as torna suscetíveis a uma maior incidência de tempestades e inundações (Bulkeley et al., 2009; Burton; Diringer; Smith, 2006 apud Fundação Konrad Adenauer, 2016, p. 26). Esse dado é facilmente percebido no Brasil, onde nos últimos anos, as fortes chuvas atingiram diferentes estados do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dados da Agência CNN apontam que, considerando somente o período entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, havia cerca de 85 mil pessoas desabrigadas e pelo menos 284 mortes como resultado das tempestades em diferentes regiões brasileiras.
Os eventos climáticos extremos, portanto, impõem desafios à soberania dos Estados, especialmente no que diz respeito à capacidade destes de garantir o bem-estar da sua própria população. E é nesse sentido que várias normativas têm sido criadas, buscando fortalecer a resiliência dos países e, assim, reduzir suas vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais.
Participantes:
Doutora em Relações Internacionais no Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (IRI/PUC-Rio) com bolsa Faperj Nota 10, mestre em Relações Internacionais também pelo IRI/PUC-Rio (2017) com bolsa CNPq e bacharel em Relações Internacionais pela UFRJ (2014). Tem experiência em engajamento com movimentos sociais que promovem equidade de gênero em contextos locais e nacionais. Foi assistente de pesquisa no IRI/PUC-Rio por dois anos em projetos de metodologias do Sul Global. Trabalhou em projetos junto ao g7+, ao Clipping CACD e Ibmec, ao SESC-RJ e ao PACS (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul). Atualmente é Coordenadora de Mudanças Climáticas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), tendo vasta experiência em defesa civil e gestão de desastres. Formou-se como oficial bombeiro militar na Academia de Bombeiro Militar do Distrito Federal e especializou-se em Planejamento e Gestão em Defesa Civil pela UFSC e em Política e Segurança Pública pela FACIBRA. Braun também atua como especialista da United Nations Disaster Assessment and Coordination (UNDAC), colaborando em missões internacionais de resposta a desastres. Sua carreira é marcada pela coordenação de operações de socorro e pelo fortalecimento das capacidades de resposta a emergências no Brasil.