1ª temporada

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Episódio 4 “Economia de Baixo Carbono: oportunidades para o Brasil”

Sinopse: A lógica extrativista tradicional, que ainda alimenta ações e valores da produção nacional, mas também internacional, é insustentável desde uma perspectiva ambiental, além de limitada desde uma perspectiva econômica. Os desafios impostos pelas mudanças climáticas exigem, dessa forma, que a crise climática seja também abordada a partir de uma perspectiva de negócios. É nesse contexto que ganha espaço a bioeconomia, atividade comprometida em promover a produção e a distribuição de produtos originados em recursos biológicos renováveis e que tem como objetivo oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis, descarbonizando a economia e favorecendo o desenvolvimento socioeconômico do país.

A posição de potência climática que o Brasil ocupa no cenário internacional, dada a riqueza da biodiversidade dos seus biomas, oferece ao país uma importante plataforma de pesquisa e de desenvolvimento conectada à bioeconomia. De acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia movimenta no mercado mundial cerca de 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos. Portanto, essa é uma atividade em plena expansão. Ainda vale ressaltar, conforme aponta Adriana Abdenur, ex-Diretora Executiva da Plataforma Cipó e atual Assessora Especial da Presidência, que “a bioeconomia representa uma enorme oportunidade não apenas de desenvolver, por exemplo, a Amazônia de uma forma sustentável, mas também de implementar a Agenda 2030, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, prevenindo a pobreza, a desigualdade e, portanto, a violência”.

A chamada Economia de Baixo Carbono é considerada uma interface importante no contexto mais amplo da bioeconomia. Esse modelo econômico – que busca o menor impacto ambiental possível e favorece novas tecnologias em prol da preservação do meio ambiente e da redução da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) – é incentivado por acordos internacionais, tal como o Acordo de Paris, que estabelece o compromisso de neutralização das emissões líquidas de GEE até a segunda metade deste século, limitando o aumento da temperatura a 2°C em relação aos níveis da era pré-industrial.

Cabe ressaltar que essas metas ambiciosas dependem de uma ação conjunta entre vários agentes públicos e privados, além da sociedade, e requerem uma mudança profunda nos padrões de produção e de consumo. Nesse contexto, o Brasil também está em posição privilegiada, reunindo condições para ser um dos líderes na transição para uma economia de baixo carbono. E isto, na medida em que se considera, por exemplo, sua matriz energética, que é uma das mais limpas do mundo; sua matriz de combustíveis, com forte presença de biocombustíveis; e o robusto Código Florestal brasileiro, ainda que existam desafios relacionados aos instrumentos de comando e controle.

A bioeconomia, de modo geral, e a Economia de Baixo Carbono, de modo mais específico, representam, portanto, passaportes importantes para o futuro do Brasil, especialmente quando se considera sua posição como potência climática.

Participantes:

Sócia-fundadora da Catavento Consultoria (ago/2013). Membro do Conselho de Administração da ArcelorMittal (jun/2021), Votorantim Cimentos (abr/2021) e do Comitê de Sustentabilidade da Suzano (ago/2019). Senior Climate Adviser da Vale (mai/2019), onde foi membro do Comitê de Sustentabilidade (mai/2017 a mai/2019). Presidente do Comitê de Transição Energética do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP, onde foi CEO  (nov/2019 – mar/2021) e também ocupou posição de Diretora Executiva (2016-2019). Membro do Conselho de Administração da Petrobras (mai/2018 a dez/2019), onde foi presidente do Comitê de SMS, membro do Comitê de Auditoria e do Comitê de Estratégia. Membro do Global Future Council on the Future of Energy do World Economic Forum (set/2018 – nov/2020). Membro do Conselho Curador do CEBRI (mar/2021), onde foi senior fellow  para o núcleo de energia (2017-2020). Chair do External Review Committee da Royal Dutch Shell (out/2012 a jun/2015). Membro do Conselho Internacional da SustainAbility (2010-2020). Coautora dos livros “Talking sustainability in the Boardroom” (2018) e “Sustentabilidade e Geração de Valor: uma Transição para o Século XXI” (2011). Diretora executiva da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável – FBDS (2004-2013). Trabalhou no setor público por diversos anos, no Ministério da Fazenda durante a elaboração do Plano Real (1993-94), no BNDES como assessora especial da Presidência (1995-99) e na Petrobras, como Gerente Executiva de Estratégia Corporativa e assessora especial da Presidência (1999-2002). Economista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio, 1988), com mestrado em economia pela mesma universidade (1990).

Professora da Universidade de Brasília (UnB), membro da Academia Brasileira de Ciências e atualmente uma das principais referências no bioma Cerrado. Ainda, atualmente é a presidenta da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Atua principalmente na área de ecologia de ecossistemas em particular em temas relacionados a mudanças no uso da terra, biogeoquímica e mudanças ambientais globais. Foi co-coordenadora do capítulo “Agriculture, Forestry and Other Land Uses” do Grupo de Trabalho III: Mitigação do 5o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês). Ainda no âmbito internacional, Mercedes foi membro do Comitê Científico responsável pela revisão do relatório sobre emissões de óxido nitroso (N2O) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), representante da América Latina na Iniciativa Internacional do Nitrogênio (2010-2013) e membro do Comitê Científico do Programa Internacional Geosfera – Biosfera (IGBP) de 2007 a 2012 e do Programa Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Em gestão de política científica e educacional, contribuiu como Coordenadora Geral de Gestão de Ecossistemas e Diretora de Políticas e Programas Temáticos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2010-2013), Diretora de Programas e Bolsas no País da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e membro do Comitê Assessor da área de Ecologia e Limnologia do CNPq. Bióloga pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1984), Mercedes completou seu mestrado na Universidade de Viçosa na área de Ciências Agrárias em 1988 e seu doutorado em Geobotânica na Universitaet Trier (Alemanha) em 1993.

1ª TEMPORADA