De 6 a 8 de novembro de 2024, Belém (PA) foi cenário da 2ª edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, um evento que reuniu lideranças indígenas, especialistas, representantes do setor privado, governo e sociedade civil para debater soluções sustentáveis para a Amazônia. O encontro, coidealizado por Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), presidente e cofundador do Centro Soberania e Clima, busca alinhar desenvolvimento econômico, conservação da biodiversidade e redução das desigualdades, promovendo a transição para novas economias.
Segundo Jungmann, proteger e desenvolver a Amazônia, por meio da promoção das novas economias e da sustentabilidade, mantendo a floresta em pé, são iniciativas estratégicas para fortalecer o enfrentamento da emergência climática. Além disso, ele ressalta que este movimento coordenado, com participação do setor público e da iniciativa privada, teria outro reflexo positivo, o de forçar a retração das atividades criminosas, que destroem aquela região crucial para a nossa sobrevivência.
Centro no painel sobre Defesa e Soberania
O Centro Soberania e Clima foi representado por sua diretora executiva, Mariana Nascimento Plum, que atuou como moderadora do painel “Defesa e Soberania: As Novas Tecnologias e Defesa de Territórios”, no dia 8 de novembro.
O painel discutiu sobre os desafios enfrentados pelas forças de defesa do país — incluindo forças armadas e policiais — no combate ao crime organizado que expande suas atividades ilícitas tanto em áreas urbanas quanto em regiões remotas. Nessas localidades, a falta de infraestrutura representa um obstáculo significativo, exigindo das autoridades investimentos em inovação tecnológica, capacitação de pessoal e cooperação com países vizinhos e parceiros internacionais comprometidos com essa causa.
Além disso, foi abordado como a emergência climática tem imposto novos desafios à soberania nacional e às noções de segurança e defesa. A crise ecológica, somada ao aumento dos riscos climáticos, têm demandado que instituições de defesa ampliem seu papel em iniciativas de mitigação e adaptação, desde o combate ao desmatamento até o suporte em desastres naturais, em colaboração com a Defesa Civil.
O painel também refletiu sobre como a intensificação desses desafios nos próximos anos exigirá respostas coordenadas e sustentáveis, destacando a importância de estratégias integradas entre segurança pública, inovação tecnológica e cooperação regional para proteger territórios e populações.
Participaram do painel sobre Defesa e Soberania:
- Cisnea Menezes Basilio – Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Estado do Amazonas (NIFFAM); Empresa: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI).
- Júlio César Belaguarda Nagy de Oliveira – Chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Norte
- Maria Leonice Tupari – Liderança Indígena do Bioma Amazônia e atual Coordenadora Executiva da Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia- AGIR, Gestora da TECĚ uma iniciativa de Mulheres indígenas Artesãs de Rondônia e Estudante de História
- Rubens Barbosa – Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice) e ex-embaixador do Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004) ´- Um Encontro para o Futuro da Amazônia
Sobre a Conferência
A conferência, com duração de três dias, reuniu mais de 130 palestrantes nacionais e internacionais, abrangendo uma ampla diversidade de temas e perspectivas. Entre os destaques globais, estão Laurence Tubiana, CEO da European Climate Fondation (ECF), representante especial do governo francês para a COP 21, que selou o Acordo de Paris em 2015. John Kerry, John Kerry, ex-secretário de Estado e ex-senador do Estados Unidos que até o início de 2024 era “enviado especial para o clima” do governo de Joe Biden. E Ellen Johnson Sirleaf, primeira mulher africana eleita presidente (Libéria) e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
A programação foi construída a partir das contribuições de mais de 80 representantes de diversos setores e abordou temas como:
- Crime ambiental em territórios protegidos e indígenas;
- A conservação da biodiversidade e a reversão do tipping point/ponto de não retorno da Amazônia;
- Os desafios do desmatamento zero em 2030;
- Os desafios das Novas Economias da Amazônia: Biotecnologia;
- O conflito entre mineração e garimpo ilegal na Amazônia;
- A Agenda de Transição Energética, os desafios globais e o papel do Brasil.
Um dos focos principais do evento é estruturar uma agenda de sugestões voltada a efetivar uma reação mais qualificada para recuperar o potencial da Amazônia em frear os efeitos das mudanças climáticas, tendo por premissa promover as novas economias e, ao mesmo tempo, proteger a biodiversidade e agir contra as atividades ilegais que destroem o meio ambiente e prejudicam a população e a economia da região.
*Com informações do site oficial: www.amazoniaenovaseconomias.com.br
Confira a cobertura fotográfica completa do encontro: flickr.com/photos/amazoniaenovaseconomias