Os Estados mais desenvolvidos têm investido constantemente na modernização de suas Forças Armadas para aumentar suas capacidades de defesa, focando em maior autonomia, mobilidade, furtividade e eficiência. No Brasil, empresas como a EMBRAER e a Vale do Rio Doce têm testado combustíveis sustentáveis, como o SAF (Sustainable Aviation Fuel) e biocombustíveis, em aviões e navios, respectivamente, indicando o impacto da transição energética na defesa. O uso de tecnologias inovadoras, como hidrogênio, biocombustíveis, baterias elétricas e microrreatores nucleares, tem sido explorado para melhorar a eficiência energética dos meios militares e proporcionar oportunidades estratégicas para a defesa.
O emprego de combustíveis sustentáveis e tecnologias verdes na guerra está associado à geração de surpresas estratégicas ao mudar a dinâmica dos teatros de operação. O conceito de surpresa estratégica envolve a percepção equivocada de ameaças, e as inovações tecnológicas militares podem tanto evitar quanto causar tais surpresas. O Estudo “Descarbonização e Sustentabilidade no Setor de Defesa: eficiência energética e novas capacidades de defesa”, escrito por Fernanda Corrêa, pesquisadora sênior do Centro Soberania e Clima, destaca a importância de associar a eficiência energética ao aumento das capacidades de defesa, ressaltando como isso pode influenciar a preparação militar brasileira para a guerra do futuro.
Como marco de lançamento do Estudo, o webinar «Sustentabilidade, eficiência energética e surpresas estratégicas nas guerras do futuro» pretende discutir os principais pontos levantados por Fernanda ao longo de sua pesquisa. Dentre eles encontra-se, por exemplo, a crescente pressão para que os Estados reformulem suas políticas e estratégias de segurança e defesa visando à redução das emissões de gases de efeito estufa e a integração de tecnologias sustentáveis nas Forças Armadas. A autora explora também os desafios e oportunidades para o Brasil nessa agenda, tendo em conta as boas práticas em termos de geração de energia sustentável já adotadas no país e a necessidade de se combinar esse esforço ao desenvolvimento de novas tecnologias de baixo carbono, que podem não só aumentar a competitividade nacional, mas também modernizar as capacidades de defesa.
Essas e outras questões serão debatidas por especialistas de diferentes setores:
- Fernanda Corrêa, Pesquisadora Sênior do Centro Soberania e Clima
- Fernanda Delgado, CEO da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV)
- Amanda Duarte Gondim, Coordenadora da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV)
- Renata Monteiro, Especialista em Projetos Defesa e Segurança no SENAI CETIQT
- Tamiris Santos, Pesquisadora Associada à Loughborough University (Reino Unido)