Em artigo publicado no Correio Braziliense, os fundadores do Centro Soberania e Clima, Marcelo Furtado, Raul Jungmann e Sergio Etchegoyen ressaltam que “É cada vez mais relevante promover e qualificar o debate crítico entre diplomacia, defesa, segurança, clima, empresas, academia, ciência e sociedade civil para convergência construtiva de propósitos.”
Foco das atenções mundiais no tema mudanças climáticas, o Brasil historicamente carece de uma visão que articule defesa e segurança nacional à dimensão do desafio ambiental e da construção de um projeto de desenvolvimento inclusivo e sustentável. Para buscar esse diálogo democrático entre atores do meio ambiente e representantes do espectro governamental ligados ao tema da soberania, contribuímos com a estruturação do Centro Soberania e Clima, organização autônoma que preza pela diversidade e pela pluralidade de perspectivas. É cada vez mais relevante promover e qualificar o debate crítico entre diplomacia, defesa, segurança, clima, empresas, academia, ciência e sociedade civil para convergência construtiva de propósitos.
Nesse cenário e buscando a visão de diferentes atores, a 1ª Conferência Internacional sobre Soberania e Clima reunirá em Brasília, em 28 e 29 de junho, autoridades e especialistas brasileiros e de países como Estados Unidos, Espanha, Chile e Argentina, para abordar mudanças climáticas, desenvolvimento, segurança e Amazônia, entre outros temas.
São pontos centrais neste momento, com governos recém-assumidos nos níveis estaduais e federal e nova composição do Congresso. O país é foco não só por ser potência ambiental — com 60% da floresta amazônica e cerca de 20% da biodiversidade do mundo —, mas também por estar entre os 10 principais emissores de gases de efeito estufa, com destacada posição nas 20 maiores economias do mundo, um dos cinco principais produtores de alimentos.
A produção agropecuária traz enorme responsabilidade ao país no combate à fome em todo o mundo, mas também imenso desafio no uso do solo, num modelo sustentável que preserve a biodiversidade e as florestas em pé, com inclusão e combate às desigualdades. O caminho é combinar comando e controle com investimento em educação, ciência e inovação para o desenvolvimento de uma bioeconomia geradora de emprego e de renda para a sociedade. Mas as mudanças climáticas são fenômenos supranacionais e demandam respostas globais para evitar mais perdas econômicas, movimentos migratórios, expansão do crime organizado e agravamento da pobreza.
Leia na íntegra: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2023/06/5103918-artigo-soberania-e-clima-e-preciso-dialogar-e-conectar-para-convergir.html