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Publicações em prol da segurança na Amazônia são destaque no JN

O retrato da Amazônia está em dois relatórios produzidos pelos institutos Igarapé, Centro Soberania e Clima e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade.

Os documentos alertam que o desmatamento na região passou dos 13 mil quilômetros quadrados em 2021, a maior taxa dos últimos 15 anos; e que a mineração ilegal aumentou quase 500% em terras indígenas e 300% em unidades de conservação.

Segundo os pesquisadores, os crimes ambientais avançam em meio ao desmonte da fiscalização federal. Os estudos mostram que apenas 5% das áreas desmatadas foram alvo de multas ou embargos do Ibama.

Melina Ricci, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, diz que a destruição da floresta tem relação com a expansão de facções criminosas na Amazônia.

“A primeira coisa que a gente observa é que o crime ambiental não acontece de maneira isolada, porque ele é cometido, ele é facilitado por diferentes outros crimes. Por exemplo, a corrupção, a fraude, lavagem de dinheiro, inclusive crimes violentos, como tráfico de drogas”, afirma.

No ano passado, a Amazônia concentrou a metade dos conflitos de terra no Brasil e 80% dos assassinatos na zona rural. Das 30 cidades com mais mortes violentas no país, 13 estão na Amazônia, onde a taxa de violência letal ficou quase 40% acima da média nacional.

“O crime organizado se aproveitou das brechas de governança, das carências de coordenação entre União, estados e municípios. Quando você tem estruturas policiais deficitárias, o que a gente tem na verdade é a impunidade da violência na Amazônia. Isso explica bastante o que está acontecendo na região”, afirma o diretor presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.

Os especialistas reforçam que a Amazônia deve ser prioridade nas discussões políticas nacionais por ser a maior floresta tropical do mundo, fundamental para regulação do clima, para agricultura e geração de energia no país, e, principalmente, por abrigar mais de 29 milhões de brasileiros, entre eles populações ribeirinhas, indígenas, quilombolas, que são mais vulneráveis à violência e aos impactos ambientais.

Os pesquisadores apresentaram uma agenda com 93 propostas para fortalecer a segurança pública e a proteção ambiental na Amazônia. Entre elas, reforçar a atuação dos órgãos ambientais, Polícia Federal e Ministério Público; cancelar cadastros rurais em áreas protegidas; destinar florestas públicas para combater a grilagem; criar planos estaduais sobre mudanças climáticas; e fortalecer a economia verde

“Se você não tem um arranjo de governança que permite você olhar o bioma amazônico de maneira integrada, e que qualquer ação de destruição é uma destruição de patrimônio público, que garante o nosso futuro, a gente vai estar falhando em agir”, diz Marcelo Furtado, cofundador do Centro Soberania e Clima.

FONTE: G1


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