O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022 foi mais uma vez categórico ao apontar que a janela de ação para limitar o aquecimento global e, nesse sentido, garantir um futuro habitável no planeta é agora.
Nos cenários avaliados pelo IPCC, limitar o aquecimento global a cerca de 1,5°C exige que as emissões globais de gases de efeito estufa atinjam o pico antes de 2025, e sejam reduzidas em 43% até 2030. Mesmo que essas medidas sejam bem sucedidas, o relatório aponta que é quase inevitável que o planeta exceda, ainda que temporariamente, esse limite de temperatura, contudo, sendo possível ficar abaixo desse limite até o final do século. Nesse contexto, o relatório ainda reforça a necessidade de uma ação climática acelerada e equitativa para o enfrentamento das mudanças climáticas – o que exige a ação e a cooperação entre os Estados, tendo em vista que os efeitos das mudanças climáticas não respeitam as fronteiras nacionais.
Como vem sendo debatido no Ciclo de Webinars: Soberania e Clima em debate, o Brasil, como detentor de parte significativa da biodiversidade global, deve ser protagonista no debate sobre governança climática e ambiental. A Amazônia, por exemplo, é responsável pelo sequestro de um grande volume de carbono da atmosfera, o que, no contexto das mudanças climáticas, é peça fundamental. No entanto, como aponta o relatório Governança e capacidades institucionais da segurança pública na Amazônia – publicação recente conjunta do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do Centro Soberania e Clima, e do Instituto Igarapé – , “apesar de a Amazônia ser um dos grandes ativos geopolíticos e estratégicos do Brasil, há grande dificuldade de se construir convergências sobre o papel que ela ocupa na conceituação do interesse nacional e no modelo de soberania e desenvolvimento socioeconômico e ambiental dele derivado”.
Em meio a esse conjunto de desafios, nos níveis nacional e internacional, o Brasil também passa por eleições gerais, o que levanta então algumas questões: Quais são as perspectivas para a agenda da Soberania e do Clima para os próximos quatro anos? Quais políticas os próximos governantes – presidente, governadores e congressistas – devem colocar em prática para enfrentar esses desafios? Quais são os desafios atuais que o Brasil enfrenta nesse contexto? É possível pensar em cenários futuros? Quais?
O Webinar «O que esperar da agenda da Soberania e do Clima para os próximos quatro anos?» pretende discutir essas e outras questões com especialistas de diferentes áreas:
– Raul Jungmann – Presidente do Centro Soberania e Clima. Ex-Ministro da Defesa, da Segurança Pública e da Reforma Agrária. Ex-presidente do IBAMA.
– Sergio Etchegoyen – Presidente do Conselho de Administração do Centro Soberania e Clima e Ex-Ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
– Veronica Korber – Professora do Curso de Graduação em Relações Internacionais e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais (PPGEEI) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Relações Internacionais e Meio Ambiente – GERIMA.
– Fabio Feldmann – Fabio Feldmann é administrador de empresas formado pela Faculdade Getúlio Vargas em 1977 e advogado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1979. Foi eleito Deputado Federal por três mandatos consecutivos (1986 – 1998) e participou como Deputado Constituinte na elaboração da Constituição de 1988, sendo responsável pela elaboração do capítulo destinado ao meio ambiente, um dos textos mais completos e avançados referente à esta temática no mundo.
MEDIADOR:
– Felipe Sampaio – Membro fundador do Centro Soberania e Clima. Ex-assessor especial dos ministros da Defesa (2016-2018) e da Segurança Pública (2018); foi secretário-executivo de Segurança Urbana do Recife.